Como o Tarô Facilita a Auto-Observação ?
- Marina Jordão
- 11 de fev.
- 6 min de leitura
Atualizado: há 4 dias
Você costuma passar o dia ocupada, mas sem realmente perceber o que pensa, sente e como age? Ou, de repente, uma emoção domina e você nem sabe de onde veio? Isso é mais comum do que parece.
Perceber o que pensamos, sentimos e como agimos pode aparentar ser simples, mas, no meio da correria, das preocupações e da enxurrada de informações, poucas pessoas conseguem fazer isso. Atitudes impulsivas, padrões desgastantes e emoções ruins são reflexos naturais do corpo mostrando que algo precisa ser ajustado.
O tarô, embora seja mais conhecido por seu viés divinatório, pode ser ótimo para treinar a auto-observação. Não porque dá respostas prontas, mas pelo fato de provocar reflexões que possivelmente não surgirão sozinhas.
O que é auto-observação?
Auto-observação é o ato de prestar atenção em si sem pressa ou críticas. É realmente estar presente no hoje, observando os próprios pensamentos, emoções e atitudes com curiosidade.

O processo de perceber o que está acontecendo dentro e fora de nós é contínuo e não acontece sem treino. No piloto automático, o cérebro age repetindo padrões que não nos servem mais até que estejamos conscientes para quebrar os ciclos.
Por isso, quanto mais exercitamos a auto-observação, mais estamos presentes e temos condições de ajustar reações e atitudes desproporcionais.
Por que a auto-observação é importante?
Sem nos atentar ao que pensamos, sentimos e fazemos, caímos em ciclos automáticos alimentados por padrões que podem estar ultrapassados. Já notou como é comum ter ou ver alguém tendo reações desproporcionais (o famoso "causar")?
Isso ocorre porque quem assume o comando é o sistema límbico, região do cérebro responsável pelas respostas emocionais. O problema é que, muitas vezes, ele está repleto de padrões aprendidos na infância, quando a situação era outra. Em outras palavras, mesmo adultas, podemos continuar tendo as mesmas reações de quando éramos crianças.
A auto-observação possibilita que você identifique o que está reproduzindo e freie velhos hábitos que interferem na sua vida. É ela quem firma atenção no presente e dá a oportunidade de pensar melhor, e partir daí, decidir como agir.
Observar é parte do todo. Para ajustes acontecerem, também é preciso somar intenção à observação. O tarô entra nesse processo como um facilitador, projetando seu contexto interno e sua realidade externa. Além de tornar visíveis comportamentos e emoções, ele aponta possibilidades e a direção para chegar aonde se quer. Por isso, mais do que exercitar a auto-observação, o tarô pode servir como direcionador.
Como o tarô facilita a auto-observação?
Na prática, o tarô funciona como um espelho simbólico do que se passa dentro e fora de nós. Observar nosso contexto de vida ou uma situação “de longe”, com informações conectadas, facilita olhar por outras perspectivas, balancear os prós e contras das decisões e identificar caminhos.
Quando vemos os símbolos e imagens das cartas de tarô, nosso cérebro faz associações e cria significados. Isso acontece porque eles são universais, ou seja, qualquer pessoa pode significar a partir da própria vivência. O fato dos símbolos e imagens aparecerem em sonhos, mitos e histórias ao longo dos séculos, representando padrões humanos, pode indicar uma conexão com o inconsciente.
As cartas dificilmente entregam respostas fechadas, mas trabalham a interpretação e provocam questionamentos. Por exemplo:
Quais padrões você repete sem perceber?
O que está por trás dos sentimentos ruins?
O que é preciso fazer para chegar aonde você quer?

O que o tarô não faz
Por mais que o tarô facilite a auto-observação e oriente, ele não decide por nós ou decreta o futuro. Encare as cartas mais como uma ferramenta para se conhecer melhor e direcionar sua vida do que controlar o futuro.
Suas mensagens são ótimas para visualizar e organizar pensamentos, emoções e atitudes, além de apontar caminhos e direcionar. Contudo, o impacto real corresponde à dedicação de cada pessoa em se observar e aplicar as orientações no dia a dia.
No fim das contas, a auto-observação é o processo rotineiro de perceber como você age e reage. Usado com intenção, o tarô pode não apenas facilitar essa prática, mas também orientar a forma de agir para mudar padrões que incomodam.
Quer agendar uma tiragem de tarô?
Há cinco anos, comecei a usar o tarô para pensar sobre reações e atitudes. Queria entender o que sentia, controlar pensamentos e enxergar novas possibilidades. Dois anos atrás, iniciei o estudo técnico das cartas, seus símbolos e arquétipos, e quanto mais me aprofundo, mais percebo sua complexidade, conexão com o cotidiano e seu potencial para a auto-observação.
Como o tarô é imparcial e não julga, suas mensagens mostram o que precisa ser visto, mesmo quando é difícil ouvir. Com o tempo e as informações, trabalhei minha auto-observação e, a partir das orientações, ajustei comportamentos que não me faziam bem. O processo mostrou a importância de compartilhar esse conhecimento de forma fundamentada e acessível.
Além disso, me interesso por psicanálise, filosofia e sociologia, áreas de conhecimento que enriquecem as tiragens. Passei por diferentes formatos de terapia, o que me levou à autoanálise desde cedo e me aproximou de quem quer regular emoções e comportamentos.
Como é uma tiragem de tarô comigo?
O papel da taróloga é interpretar os significados das cartas, contextualizar e orientar. Isso deve ser feito com diplomacia e imparcialidade. Em uma tiragem, a conversa é íntima, podendo ser sobre dúvidas, medos, desejos. Por isso, estabelecer uma relação de confiança é super importante.
Cada taróloga tem seu perfil de trabalho, sua visão de mundo e forma de expressão. Além de escolher o perfil de consulta que combina com você, é importante se identificar com a pessoa por trás da profissional para garantir uma experiência realmente proveitosa. No meu caso, foco em orientar com sacadas que apoiam o autoconhecimento.
Para começar, a pessoa que consulta traz o assunto da tiragem (por ex: uma queixa ou uma situação difícil). Com base nisso, identifico o melhor formato de leitura para abordar o tema, que nada mais é do que como as cartas serão organizadas na mesa.
Cada estrutura de jogo é mais ou menos adequada para trazer as respostas esperadas. Por exemplo, algumas tiragens são melhores para entender relacionamentos, enquanto outras para explorar decisões profissionais ou desafios pessoais.
Uma vez definido o formato, as cartas são embaralhadas e dispostas de forma randômica. Cada posição no jogo tem um significado, como “o que está a favor”, “o que dificulta a situação” ou “como é melhor agir”. Interpreto cada carta considerando quatro aspectos principais:
Significado do arcano.
Posição do arcano na tiragem.
Plano a que se refere (mental, emocional, material e espiritual/filosofia de vida).
Tempo (presente, passado ou futuro).
Essa organização possibilita trazer mais assertividade para a tiragem de tarô, considerando que a mesma carta passa diferentes mensagens conforme ela se apresenta no jogo.
E não para por aí: o contexto mora especialmente na conexão entre as cartas. Após interpretar individualmente cada uma, é feita uma análise do conjunto para construir o cenário pessoal.
O passado e presente são encarados como fatos, e o futuro, como desdobramento potencial. O papel da taróloga é interpretar e costurar as mensagens do tarô, mas quem consulta protagoniza. Isso significa que o tarô não decreta o futuro. Cada decisão é responsabilidade de quem a toma.
Em resumo, a tiragem funciona assim:
A pessoa traz um problema ou queixa.
Identifico a melhor tiragem de tarô para abordar o tema.
As cartas são embaralhadas e dispostas randomicamente conforme o formato adequado.
Cada carta é analisada sozinha, respeitando seu significado, posição, plano e tempo.
As cartas são analisadas em conjunto para conectar informações e construir contexto.
O tarô orienta como agir melhor na situação, aponta possibilidades e destaca aprendizados.
Meu trabalho com tarô é inclusivo e imparcial, inclusive religiosamente. O que importa é você ter insumos e apoio para se observar e ajustar padrões.
A ideia é que você saia da tiragem:
Informada: você entende melhor uma situação ou sua vida em geral, incluindo pensamentos, sentimentos e atitudes, além do que acontece apesar de você (outras pessoas ou mesmo a vida).
Alinhada: com mais consciência sobre o que está acontecendo e do seu comportamento, é mais fácil identificar e se tornar quem você é.
Direcionada: você entende como agir para colher o melhor das situações e buscar o que quer.
Sacando tudo: as mensagens são transmitidas conectando as informações para você entender o contexto e olhar as coisas por novos ângulos.
É interessante, mas existe o outro lado. Amadurecer ideias e emoções inclui lidar com nossas próprias dores e inseguranças. Mais do que isso: dentro das possibilidades, se comprometer a observá-las (e quem sabe ajustá-las) no dia a dia. Perceber os resultados é ótimo, mas, especialmente no começo, é preciso botar fé em você e fazer acontecer.
Sente que é seu momento de abrir o jogo?
Considere agendar sua tiragem de tarô. Caso não, continue por aqui, descobrindo a lógica por trás do tarô :) Marina Jordão é taróloga, publicitária, pós-graduada em Marketing, gestora de conteúdo e idealizadora do Fundamentarô.
コメント