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O Que é Tarô? Entenda o Que Significa

Marina Jordão

Atualizado: há 3 dias

Se você chegou até aqui se perguntando "O que é tarô?", "O tarô tem relação com religião?", "O tarô é pecado?", você está no lugar certo.


É normal encontrar informações contraditórias sobre o assunto, especialmente pela sua forte associação de imagem com o mundo esotérico. Embora esse lado exista, há outras possibilidades de uso do tarô.


No Brasil, ele enfrenta ainda outros desafios. Por fugir às práticas do Catolicismo, religião predominante no país, o tarô é estigmatizado, muitas vezes sendo visto como algo perigoso. Isso distorce seu significado, compromete sua relevância e dificulta o acesso a informações confiáveis.


A partir de agora, você poderá conhecer o tarô de outra maneira, desmistificar conceitos e descobrir suas formas de uso.


O que é tarô?


O tarô é uma forma de estruturar padrões que nos conectam como seres humanos. Ao longo da história, passamos por dilemas e situações que são comuns a todas as pessoas. Já reparou como adoramos filmes, séries e novelas? Isso ocorre porque eles refletem circunstâncias da nossa própria vida.


No enredo são trabalhados temas universais, como conflitos, reconciliações ou aquela promoção no trabalho. O tarô também faz isso: ele traduz essas experiências em símbolos e imagens, sendo, ao mesmo tempo, um reflexo da cultura e de você mesma.


Pense em uma série que gosta. Ela conta uma história dividida em episódios, certo? Com o tarô é parecido. Ele é formado por 78 cartas, organizadas em dois grupos: 22 arcanos maiores, que representam etapas marcantes da vida, e 56 arcanos menores, que detalham questões do dia a dia.


Os 22 arcanos maiores funcionam como marcos de uma jornada. Finais inesperados, relações conflituosas e dilemas emocionais são alguns exemplos do que eles podem representar. Apesar de simbólica, a ordem das cartas organiza e integra os ciclos da vida, nos levando a compreendê-los para nosso desenvolvimento.


Conheça em os arcanos maiores:



Já os 56 arcanos menores, são mais diretos e práticos. Eles entram no jogo para aprofundar o que é mostrado pelos arcanos maiores ou aproximar as mensagens do tarô do nosso cotidiano. 


Suponha que os arcanos maiores mostraram que você está em um momento de transição, aprendendo a lidar com as circuntâncias instáveis da vida. Os menores podem detalhar como essa mudança afeta você e sua rotina.


Os arcanos menores dividem-se em quatro grupos: ouros, copas, espadas e paus. Cada naipe está associado a um elemento da natureza e a aspectos do ser humano: 


  • Ouros: ligado à terra, simboliza o mundo material.

  • Copas: ligado à água, reflete emoções.

  • Espadas: ligado ao ar, representa a mente.

  • Paus: ligado ao fogo, aponta pra ação. 


Essa estrutura facilita o entendimento da conexão entre as mensagens e nossas experiências reais.


Conheça os arcanos menores:



Com o tarô, você dá "zoom out" na vida, como se observasse para uma maquete da sua realidade. Isso permite olhar por novos ângulos, sacar possibilidades e pensar sobre seus sentimentos, pensamentos e atitudes. 


Ilustração em traços azuis. Uma mão segura uma lupa, posicionada da direita para a esquerda, com parte do polegar e do dedo indicador visíveis. A lupa aponta de cima para baixo e foi desenhada em perspectiva. Abaixo dela, três quadrados alinhados também perspectiva contêm diferentes símbolos: um coração, um dado e uma bandeira. Ligando os quadrados, há um elemento visual semelhante a uma ponte, criando conexão entre eles.

Receber as mensagens é uma parte do todo. Se dedicar todo dia em aplicar as orientações é o que faz tudo acontecer. Com o tempo, o comprometimento pode resultar em autoconfiança, direcionamento na vida e fortalecimento emocional.


Além de ser um instrumento prático, o tarô carrega séculos de história. Por isso, sua relevância vai além da tiragem individual: ele reflete como a humanidade enxerga e lida com seus desafios e aspirações. Em outras palavras, o tarô não só ajuda a entender a realidade particular, mas também a vida humana em sua totalidade.


Origem do tarô


Quem criou e quando surgiu o tarô?


A história do tarô é tão interessante quanto enigmática. Sua origem é cercada de teorias que refletem seu caráter diverso e adaptável. Embora existam dúvidas sobre sua exata criação, sabemos que o tarô começou como um jogo, e com o tempo, se enriqueceu com novos elementos, interpretações e significados.


Sua origem aponta para a Itália do século XIV, onde o tarô era conhecido como tarocchi. Naquele período, as cartas não tinham relação mística ou esotérica. Foi apenas no século XVIII que elas receberam essa conotação, graças ao estudioso francês Antoine Court de Gébelin. Ele atribuiu ao tarô simbolismos egípcios esotéricos, influenciando sua adoção pela Cabala e pelo Hermetismo. As escolas passaram a enxergar nas cartas um meio de acessar conhecimentos metafísicos e espirituais.


No início do século XX, Arthur Edward Waite, estudioso do ocultismo, criou um dos decks mais conhecidos e influentes até hoje, o Tarô Tradicional de Waite-Smith. Ele encomendou ilustrações baseadas em sua compreensão simbólica e mística das tradições. As imagens, desenvolvidas pela artista Pamela Colman Smith, foram um marco por seu estilo mais detalhado e acessível.



Paralelamente, por volta de 1910, o psiquiatra Carl Jung começou a explorar suas ideias sobre o inconsciente coletivo, os arquétipos e outros conceitos. A possibilidade de projetar processos inconscientes nas cartas continua a influenciar o uso terapêutico do tarô até hoje.


É fundamental compreender que a tiragem não substitue a terapia ou qualquer outra forma de acompanhamento, a não ser que a mesma profissional seja apta a realizar ambas funções. Terapêutico é o efeito de quem o aborda dessa forma, tudo bem?


Tarô arquetípico


Os arquétipos e as imagens arquetípicas são conceitos relacionados, mas diferentes. Os arquétipos, como descritos por Carl Jung, são padrões universais que habitam o inconsciente coletivo.


Herdados de geração em geração, eles moldam a forma como pensamos, sentimos e agimos em sociedade. Como aparecem em mitos, sonhos e histórias, Jung entendia que isso apontava uma estreita relação com o inconsciente.


Foto de Carl Jung, Psicólogo e Fundador da Psicologia Analítica.
Carl Jung, Psicólogo e Fundador da Psicologia Analítica.

Os arquétipos não têm forma definida, mas se manifestam por símbolos, como representações visuais, verbais ou conceituais, que remetem a algo maior. Eles não tem uma relação direta com o que simbolizam, mas são entendidos culturalmente.


Já as imagens arquetípicas, traduzem os arquétipos de maneira visível e palpável, desdobrando ideias abstratas no Herói, na Imperatriz, no Rebelde e mais. Por isso, cada um dos 22 arcanos maiores do tarô reúne diferentes, mas complementares, padrões humanos.


Exemplo: A pomba branca é símbolo da paz. Ela não é a paz em si, mas foi associada a essa ideia em diversas culturas.


Pomba branca voando, da esquerda para a direita. No bico, ela carrega  um ramo de louro.

Estruturar ideias e princípios universais nos ajuda a entender a totalidade da vida e o nosso papel nisso. Nesse sentido, o que torna o tarô tão potente é a possibilidade de usar essas imagens como pontes entre o inconsciente e o consciente.


Tarô tem religião?


O tarô não pertence a qualquer religião. Ele é um sistema simbólico usado para a reflexão e orientação sobre o que envolve a vida humana, e em alguns casos, prever acontecimentos.


No entanto, a história do tarô se misturou com o esoterismo no meio do caminho, lá pelo século XVIII. Antes disso, as cartas eram usadas somente para entretenimento.


No Brasil, a colonização fez do cristianismo a religião predominante no país, estigmatizando práticas que não pertencem à tradição católica. Ainda hoje, há muitas tarólogas que incluem a esfera espiritual nas suas tiragens de tarô, mas existem outras possibilidades de uso. Autoconhecimento e orientação são exemplos delas.


Outro ponto importante: o tarô não é exclusivo das tarólogas. Ele é muito usado na psicologia para acessar questões inconscientes, e também está no cinema, no teatro, em desfiles de moda. Se repararmos, os arquétipos estão embutidos em cada canto.

Quando o assunto é previsão, é relevante lembrar que o cérebro humano já funciona de maneira preditiva por natureza. Nós somos peritas em "prever o futuro" o tempo todo. Estamos sempre imaginando o que vai acontecer amanhã, na semana ou no ano que vem, não é mesmo? A questão é que fazemos isso de forma automática, sem perceber.


Com o tarô, organizar as ideias e pensar nos possíveis cenários torna essa habilidade mais consciente, estratégica e assertiva. Apesar da explicação lógica, muitas tarólogas utilizam as cartas dentro de práticas espirituais, o que depende da crença e escolha individual de cada pessoa.


Tarô é pecado?


A definição de pecado depende das crenças e valores de cada pessoa, religião e cultura. Ou seja, o que é visto como errado para algumas pode não ter o mesmo significado para outras.


Nosso cérebro tende a buscar respostas simples, como "sim ou não", "certo e errado", ignorando as nuances entre elas. Esse padrão muitas vezes leva a conclusões extremistas. Para quebrar o ciclo automático, é preciso aumentar a consciência sobre nós mesmas, nosso comportamento e a vida. O pensamento crítico é uma ótima forma de treinar o cérebro a pensar além do óbvio e dos extremos.


Assim, a noção de pecado muda conforme a interpretação de mundo de cada um. Embora o tarô não pertença a qualquer religião, seu viés preditivo sempre o associou ao mistério do desconhecido, o que pode ser ameaçador para quem pratica intolerância religiosa.


Enquanto algumas pessoas utilizam o tarô exclusivamente como recurso simbólico, outras adicionam a dimensão espiritual. E, claro, pelo desconhecimento, muitas ainda sentem medo ou repulsa pela prática.


Como funciona o tarô?


O tarô funciona como uma ferramenta de reflexão e orientação, que estimula a análise de uma situação específica ou da sua vida de forma geral. Ele propõe que você observe e pense sobre o que está acontecendo dentro e fora de você. Nisso, as cartas aproveitam para apontar possibilidades despercebidas, balancear prós e contras de decisões e orientar como lidar com tudo da melhor forma.


Para começar, a pessoa que consulta traz o assunto da tiragem (por ex: uma queixa ou uma situação difícil). Com base nisso, a taróloga identifica o melhor formato de leitura para abordar o tema, que nada mais é do que como as cartas serão organizadas na mesa.


Cada estrutura de jogo é mais ou menos adequada para trazer as respostas esperadas. Por exemplo, algumas tiragens são melhores para entender relacionamentos, enquanto outras são ideais para explorar decisões profissionais ou desafios pessoais.


As cartas estão dispostas sobre uma toalha roxa em um formato de triângulo invertido. Na primeira fileira há quatro cartas, seguidas por três na segunda, duas na terceira e uma única carta na base. A identidade das cartas não é relevante aqui, já que o objetivo é apenas ilustrar um exemplo de disposição para uma tiragem.
Exemplo de tiragem de tarô

Uma vez definido o formato, as cartas são embaralhadas e dispostas de forma randômica. Cada posição no jogo tem um significado, como “o que está a favor”, “o que dificulta a situação” ou “como é melhor agir”. A taróloga interpreta cada carta considerando quatro aspectos principais: 


  • Significado do arcano.

  • Posição do arcano no jogo.

  • Plano a que se refere (mental, emocional, material e espiritual/filosofia de vida).

  • Tempo (presente, passado ou futuro).


Essa organização possibilita trazer mais assertividade para a tiragem de tarô, considerando que a mesma carta passa diferentes mensagens conforme ela se apresenta no jogo.


E não para por aí: o contexto mora especialmente na conexão entre as cartas. Após interpretar individualmente cada uma, a taróloga analisa o conjunto para construir o cenário pessoal


O passado e presente são encarados como fatos, e o futuro, como desdobramento potencial. O papel da taróloga é interpretar e costurar as mensagens do tarô, mas quem consulta protagoniza. Isso significa que o tarô não decreta o futuro. Cada decisão é responsabilidade de quem a toma. Escrever em pedra o que ainda não aconteceu ignora o livre-arbítrio e a autorresponsabilidade.


Em resumo, o tarô funciona assim:


  1. A pessoa traz um problema ou queixa para a taróloga.

  2. A taróloga identifica a melhor tiragem de tarô para abordar o tema.

  3. As cartas são embaralhadas e dispostas randomicamente conforme o formato escolhido.

  4. Cada carta é analisada individualmente, respeitando seu significado, posição, plano e tempo.

  5. As cartas são analisadas em conjunto para integrar as informações e construir o contexto.

  6. O tarô orienta como colher o melhor da situação, aponta possibilidades e destaca aprendizados. 


Fazer uma tiragem de tarô nem sempre significa ouvir o que queremos ou gostamos. Pontos delicados são, frequentemente, partes da conversa. E são justamente eles que mais nos fazem amadurecer. Por isso, não se trata de uma tiragem ser boa ou ruim. É mais como uma conversa franca sobre você, sem críticas ou julgamentos, e um apoio para achar seu caminho e ter força para seguir por ele.


No fim das contas, o tarô não se trata de prever e controlar a vida, mas de entendê-la individual e coletivamente. Perceber a realidade por novos ângulos expande ideias, desenvolve resiliência emocional e dá maior direcionamento.


O significado das cartas de tarô


Como visto, as cartas de tarô são separadas em arcanos maiores e arcanos menores. Abaixo, você começará a entender melhor os 22 Arcanos Maiores e poderá encaixá-los à sua realidade.


Lembre que cada profissional tem sua visão e forma de trabalho, e cada carta, diversas possibilidades de interpretação. Portanto, não leve a ferro e fogo cada característica descrita. Ao invés disso, procure captar a essência da imagem arquetípica.


O Mago (Arcano 1)

É a energia inicial da manifestação. Quando começamos a entender que é preciso ter iniciativa na vida. Para criar qualquer coisa, é necessário usar as habilidades e ferramentas disponíveis a nosso favor. Criatividade e lógica dão o match perfeito para ser influente.


O fundo é claro, com o céu amarelo preenchendo toda a cena. No centro, há um homem de pé, vestido com uma túnica branca e um manto vermelho. Ele está em frente a uma mesa retangular de madeira. Sobre a mesa, há quatro objetos: um cálice dourado, uma espada, uma moeda ou pentáculo, e um bastão curto. Na mão direita, ele segura uma varinha branca apontada para o céu. A mão esquerda está abaixada, com o dedo apontando para o chão. Acima de sua cabeça, há um símbolo de infinito, como um laço deitado. Na sua cabeça, ele usa uma faixa branca. Atrás dele, cresce um arco de flores vermelhas e verdes. O solo à sua frente tem flores vermelhas e brancas.
"O Mago" - Tarô de Waite-Smith - Fundamentarô

A Sacerdotisa (Arcano 2)

Na maioria das vezes, pensar antes de falar evita dor de cabeça. Observar na maciota o que realmente está rolando nas situações impede erros e ressacas morais. Cada um tem seu ritmo para digerir as coisas e, por aqui, ele costuma ser lento e gradual.


Ao fundo, há um tecido azul decorado com romãs, parcialmente oculto por dois pilares. Os pilares posicionados estão um à esquerda, preto com a letra "B", e outro à direita, branco com a letra "J". No centro, é uma mulher sentada em um trono de pedra. Ela veste uma túnica branca longa, que cobre todo o corpo. Sobre a túnica, há um manto azul que desce até o chão, desfazendo-se em água. Na cabeça, ela usa uma coroa composta por três camadas: um círculo no centro e dois chifres nas laterais. No colo, existe um pergaminho parcialmente visível, com a inscrição "TORA". Um véu azul claro cobre seus ombros. Aos seus pés, nas águas que nascem do seu manto, há uma lua crescente em prata. O solo é cinza e simples. Atrás dela, o tecido azul fica preso entre os pilares e deixa entrever um pequeno fundo com água.
"A Sacerdotisa" - Tarô de Waite-Smith - Fundamentarô

A Imperatriz (Arcano 3)

Quando damos vida a algo novo, como um projeto ou estilo de vida, saber como cuidar e dar escala a isso é indispensável. Ter jogo de cintura, colaborar com ideias inusitadas e incluir as pessoas envolvidas chamam a atenção e estreitam relações.


O fundo é composto pela cor amarela e mostra uma paisagem natural com árvores verdes e um rio sinuoso. No centro, está uma mulher sentada em um trono dourado decorado com almofadas vermelhas. Ela veste uma longa túnica branca, estampada com padrões de romãs. Na cabeça, usa uma coroa dourada com doze estrelas. Na mão direita, segura um cetro dourado com uma esfera no topo. O trono está posicionado sobre um campo repleto de trigo dourado. Ao seu lado, há um escudo dourado com o símbolo de Vênus gravado. O cenário ao redor inclui flores e grama.
"A Imperatriz" - Tarô de Waite-Smith - Fundamentarô

O Imperador (Arcano 4)

Você já se perguntou como o ser humano, do nada, começou a inventar nomes para as coisas? A necessidade de nomear, organizar e desenvolver é algo que todas temos. Para construir com bases sólidas e sustentar o que é conquistado, é preciso liderar essa construção. Definir limites, negociar e tomar decisões difíceis estão entre as habilidades.

O fundo mostra montanhas cinzentas e áridas. No centro, está um homem sentado em um trono de pedra cinza, decorado com cabeças de carneiro esculpidas nos braços. Ele veste uma túnica vermelha longa. Por baixo, usa uma armadura metálica, com partes visíveis nos braços e pernas. Na mão direita, segura um cetro dourado em forma de cruz ansata (ankh). Na mão esquerda, segura um globo dourado. Na cabeça, usa uma coroa dourada. A barba longa e grisalha cobre o rosto. O céu ao fundo é de um tom alaranjado claro.
"O Imperador" - Tarô de Waite - Fundamentarô

O Hierofante (Arcano 5)

Para ter subsistência é preciso desenvolver disciplina, se comunicar com diplomacia, e estar alinhada com seus valores. Nossos valores são a bússola que nos guia quando a vida nos confronta com escolhas e renúncias.


O fundo mostra duas colunas cinza de pedra, com uma parede cinza no meio. No centro, está um homem sentado em um trono elevado. Ele veste uma longa túnica vermelha. Na cabeça, usa uma coroa tripla dourada, com três anéis sobrepostos. Na mão direita, segura um cetro dourado com três cruzes no topo. A mão esquerda está levantada, com dois dedos apontando para cima. A seus pés, dois seguidores ajoelhados estão de frente para ele, vestidos com mantos, um decorado com flores vermelhas e o outro com flores azuis. Entre eles, e aos pés do Papa, há duas chaves douradas cruzadas.
"O Papa" - Tarô de Waite - Fundamentarô

Os Enamorados (Arcano 6)

Dúvidas, escolhas, renúncias. Para lidar com elas, precisamos aprender a usar o livre-arbítrio com consciência e bancar as consequências das nossas decisões. Terceirizar essa responsabilidade impede o amadurecimento e, de quebra, freia o desenvolvimento.


O fundo mostra um céu azul com um sol brilhante no topo, cercado por raios dourados. Abaixo do sol, há uma figura alada com asas vermelhas, parecendo um anjo, com os braços abertos. No centro, há um homem e uma mulher nus, de pé em frente a uma árvore cada um. À esquerda, o homem está perto de uma árvore com 12 chamas vermelhas. À direita, a mulher está à frente de uma macieira com frutos vermelhos e uma serpente enrolada no tronco. Entre os dois, ao fundo, há uma montanha alta e pontiaguda. O solo onde eles estão de pé é verde e plano. O anjo está logo acima, flutuando com as asas abertas e olhando para baixo, em direção ao casal.
Os Enamorados - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

O Carro (Arcano 7)

Quem sabe aonde quer chegar, já tá com roupa de ir. Na energia do Carro, o movimento está rolando com determinação. Na força do propósito, a gente encara e supera os obstáculos numa 4x4.


O fundo mostra um céu amarelo claro e uma paisagem ao longe com árvores e edifícios. No centro, há um homem de pé dentro de um carro puxado por duas esfinges, apesar de não haver movimento visível. O homem veste uma armadura prateada com detalhes dourados e azuis, além de uma coroa dourada com uma estrela na testa. Na mão direita, ele segura um bastão curto. O carro é decorado com símbolos e ornamentos dourados, incluindo um dossel azul estrelado sobre ele. As esfinges estão deitadas à frente do carro, uma preta com detalhes brancos e outra branca com detalhes pretos.
O Carro - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

A Justiça (Arcano 8)

Saber avaliar os prós e contras com neutralidade faz parte da vida. Têm dias que só o que precisamos é nos afastar para balancear os lados de uma situação. A imparcialidade vem junto com o pensamento crítico e justo.


O fundo é simples, com uma cortina vinho entre duas pilastras de pedra e uma parede amarela ao fundo. No centro, há uma mulher sentada em um trono simples. Ela veste uma túnica vermelha e um manto amarelo. Na cabeça, usa uma coroa dourada simples. Na mão direita, ela segura uma espada erguida, apontada para cima. Na mão esquerda, ela segura uma balança dourada, com os pratos equilibrados. A mulher está posicionada de maneira simétrica, com uma postura ereta.
"A Justiça" - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

O Eremita (Arcano 9)

Sabe quando fugimos pras colinas para pensar? Solitude é a kryptonita que revigora e constrói resiliência emocional. Não adianta passarmos a vida fugindo de quem somos. Aprender com o processo e superar os desafios desenvolve experiência e amadurece.

O fundo mostra o céu azul cinzento e sem nuvens. No centro, há um homem idoso, de barba longa e cabelos grisalhos, com um manto cinza cobrindo todo o seu corpo. Ele segura um lampião com uma estrela brilhante na mão direita, erguida à frente. Na mão esquerda, ele segura um bastão de madeira amarelo, que chega ao solo. Ele está de pé em uma rocha, com a postura curvada, e olhando para o chão. O solo parece coberto por neve.
"O Eremita" - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

A Roda da Fortuna (Arcano 10)

A vida é feita de ciclos e não temos controle disso. Muitas vezes, investimos tempo e esforço buscando uma estabilidade ilusória. Todas as pessoas têm dias bons e ruins e precisam lidar com transições. Aprender a viver com e apesar da volatilidade das coisas nos torna mais adaptáveis ao ritmo natural.


O fundo é um céu azul com nuvens brancas espalhadas. No centro, há uma grande roda dourada com símbolos e signos místicos. As letras na roda formam a palavra "TARO" ou "ROTA", dependendo da leitura. Entre as letras, há símbolos de alquimia: mercúrio, enxofre, água e sal. No topo da roda, está um esfinge azul segurando uma espada. À direita da roda, uma serpente amarela desce pela lateral. À esquerda, uma figura vermelha com corpo de animal e cabeça de chacal sobe pela borda. Nos quatro cantos da carta, há figuras aladas lendo livros. No canto superior esquerdo, um anjo. No canto superior direito, uma águia. No canto inferior esquerdo, um touro. No canto inferior direito, um leão. O solo e a parte inferior do fundo não são visíveis, encobertos pelas nuvens.
A Roda da Fortuna - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

A Força (Arcano 11)

A gente mata um leão por dia. A vida é boa e tal, mas sabemos que o corre do dia a dia não é fácil. Para encará-lo, só com malemolência e esforço. Não se trata de força ou jeito, mas da força escondida no jeito. Dominar o que precisa ser dominado internamente desenvolve a autosuficiência e a habilidade de manejo.


O fundo é composto por montanhas azuis ao longe e um céu amarelo claro. No centro, há uma mulher de pé, segurando suavemente a boca de um leão com as mãos. Ela usa uma túnica branca longa, uma coroa de flores sobre a cabeça, e um cinto também de flores ao redor da cintura. Acima de sua cabeça, há o símbolo do infinito, flutuando como uma auréola. O leão, de pelagem dourada, está ao seu lado, com a boca parcialmente aberta, mas sem expressar agressividade. O solo onde ela está é verde e plano, com pouca vegetação visível.
"A Força" - Tarô Waite-Smith

O Pendurado (Arcano 12)

O mundo colorido e ideal só existe em dois lugares: na imaginação e no Pendurado. Quantas vezes nos perdemos em idealizações? Permanecemos paradas, lembrando do passado, talvez torcendo para ele voltar. Há momentos que precisamos reconhecer que não há mais o que ser feito para mudar a situação. Em outros, 'acordar para a vida' é necessário para as coisas movimentarem.


O fundo é simples, com um céu cinza claro. No centro, há um homem suspenso de cabeça para baixo por uma perna, preso a uma estrutura em forma de "T", feita de madeira e coberta por folhas verdes. O homem veste uma túnica azul, calças vermelhas e sapatos amarelos. Seus braços estão dobrados atrás das costas, formando um triângulo invertido. A perna esquerda está dobrada atrás da direita, formando o número 4. Ao redor de sua cabeça, há um halo dourado brilhante. O rosto do homem é calmo e sereno.
"O Enforcado" - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

A Morte (Arcano 13)

"Lucidez", meu povo. Em muitos momentos, temos dificuldade em aceitar que a mudança depende do nosso próprio esforço, de dentro para fora. Fechar os olhos para isso nos mantém desorientadas, rodando em ciclos, ou até destoando da realidade.


O fundo mostra um céu cinza com o sol nascendo ou se pondo no horizonte, entre duas torres ao longe. À frente, há um rio fluindo em direção ao fundo da cena. No centro, uma figura esquelética montada em um cavalo branco. Ela usa uma armadura preta e segura uma bandeira preta com um símbolo branco em forma de flor com cinco pétalas e um círculo no centro. O cavalo tem expressão calma e avança lentamente por um terreno plano. No chão, há várias pessoas interagindo com a cena. À esquerda, um rei jaz caído no chão. À direita, uma criança de joelhos oferece flores. Próximo a ela, uma figura religiosa com vestes douradas parece estar rezando ou pedindo clemência. O solo é árido, mas há pequenas áreas de vegetação ao redor.
"A Morte" - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

A Temperança (Arcano 14)

A paciência é uma virtude. Talvez a mais difícil delas nos dias de hoje. Aceitar que as coisas nem sempre acontecem quando queremos e aprender a confiar no rumo da vida são as principais lições por aqui.

O fundo mostra um céu branco e montanhas azuladas ao longe, com um caminho que leva ao horizonte onde um sol brilhante está nascendo ou se pondo. No centro, há uma figura alada, parecendo ser um anjo, com asas vermelhas abertas. Ela veste uma túnica branca com um triângulo dourado inscrito em um quadrado no peito. Ela está em pé com um pé em terra firme e outro na água de um rio que flui pelo cenário. Com as mãos, o anjo seguro dois cálices dourados, despejando um líquido de um para o outro em um movimento contínuo. Ao redor, o solo é verde, com vegetação esparsa e flores amarelas próximas à margem do rio.
A Temperança - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

O Diabo (Arcano 15)

O desejo têm seu valor no jogo da vida. Ele nos mantém na constante busca por algo. Não se trata necessariamente de coisas materiais, mas do desejo inconsciente pela ação. Isso dá força para nos priorizar e suprir nossas necessidades sem vergonha, medo ou culpa.

O fundo é preto. No centro, há uma figura demoníaca com asas abertas. A figura tem corpo humanoide, pelagem preta nas pernas e pés de cabra. A cabeça é semelhante a um bode, com chifres curvados para baixo e expressão feroz. Entre os chifres, há uma estrela de cinco pontas. A mão direita está erguida, enquanto a mão esquerda segura uma tocha invertida. Abaixo da figura, há um pedestal cinza onde estão acorrentados um homem e uma mulher nus. Ambos têm pequenos chifres em suas cabeças e caudas. A cauda do homem termina em uma chama, enquanto a da mulher tem forma de uva. As correntes ao redor de seus pescoços são grossas, mas frouxas. O solo é simples e escuro.
O Diabo - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

A Torre (Arcano 16)

Situações inesperadas acontecem, queira a gente ou não. O presente é dinâmico, e forças maiores operam além do nosso controle. Ter a humildade de reconhecer nossa impotência diante da vida torna os tropeços menos abruptos ao longo do caminho.


O fundo mostra um céu preto com nuvens pesadas e raios. No centro, há uma torre alta de pedra, construída sobre um terreno rochoso. A torre é alcançada por um raio que rompe sua parte superior, lançando pedras e chamas para os lados. Do topo da torre, sai uma chama em forma de coroa dourada que está sendo derrubada pela força do impacto. Duas pessoas estão caindo da torre. À esquerda, uma pessoa com vestes azuis. À direita, uma pessoa com vestes vermelhas. Ambas têm os braços estendidos.
A Torre - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

A Estrela (Arcano 17)

Tenha fé na vida! Por mais turbulenta que seja uma situação, já notou que algo em nós insiste em acreditar em dias melhores? Quantas vezes deixamos a vida fluir para ver como as coisas desenrolam? Olhar o lado bom faz parte de nós.


O fundo mostra um céu azul claro com sete estrelas brancas espalhadas. A oitava estrela é maior, amarela, e está no meio. No centro da cena, há uma mulher nua ajoelhada à beira de um lago. Com a mão direita, ela despeje água de um jarro vermelho no lago. Com a mão esquerda, a água é despejada de um jarro vermelho no solo, formando pequenos riachos. Uma das pernas da mulher está dobrada, apoiando o joelho no solo, enquanto a outra está parcialmente esticada, com os pés tocando a água. O solo ao redor é verde, com pequenas flores e vegetação. Ao fundo, há uma árvore com um pássaro pousado em um de seus galhos.aite-Smith
A Estrela - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

A Lua (Arcano 18)

Dar as costas para emoções conflitantes não impede que elas nos influenciem e interfiram em nossa vida. Ao contrário, isso dá a elas a chance de agirem na calada da noite. Conhecer a nós mesmas profundamente ilumina o que é desconhecido e ensina a lidar com isso.


O fundo mostra um céu claro com uma grande Lua cheia no centro, formada por um rosto humano triste parcialmente visível. Sob a Lua, há gotas douradas caindo em direção ao solo, formando um arco. No centro da cena, há um caminho sinuoso que começa entre duas torres cinzas e segue em direção ao horizonte. As torres estão posicionadas simetricamente, uma à esquerda e outra à direita, em meio a águas turbulentas. Na parte inferior, dois animais estão de frente um para o outro. Um cão à direita e um lobo à esquerda. Ambos olham para a Lua. Entre eles, no primeiro plano, há um lagostim saindo da água. Ele está parcialmente emergindo de um lago.
A Lua - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

O Sol (Arcano 19)

Não adianta negar a vida como ela está. É preciso encarar a realidade, identificando as possibilidades e limites com consciência. O discernimento nos prepara para conviver e compartilhar com transparência e verdade.


O fundo mostra um céu azul claro com um grande sol amarelo no topo. O sol tem um rosto humano visível, com uma expressão serena, e está rodeado por raios retos e ondulados que se alternam em direção ao solo. Abaixo, há um muro de pedras cinzas ao fundo com girassóis no topo, delimitando a cena. No primeiro plano, uma criança nua está montada em um cavalo branco. A criança tem cabelos dourados e uma expressão alegre, com os braços abertos. O cavalo é branco e está tranquilo, com a cabeça levemente inclinada para baixo. Cobrindo parcialmente a cena, há um tecido vermelho em movimento.
O Sol - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

O Julgamento (20)

Certas coisas se encaixam no tempo certo, trazendo mudanças e surpresas. Às vezes, passamos tempo questionando acontecimentos que parecem aleatórios ou desconexos para só depois unirmos as peças. Em muitos casos, superar algo depende justamente desse processo.


O fundo mostra um céu azul claro, de onde emerge um anjo alado com asas vermelhas. Ele está no topo da cena, soprando uma trombeta dourada com uma bandeira branca decorada por uma cruz vermelha. Abaixo, há pessoas saindo de caixões cinzas. Elas estão nuas e com os braços erguidos na direção ao anjo, como se respondessem ao chamado. Os caixões flutuam sobre uma superfície de água azul. Entre as pessoas estão homens, mulheres e crianças, todos olhando para cima. Ao fundo, no horizonte, há montanhas brancas que marcam o limite da cena.
O Julgamento - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

O Mundo (XXI)

É muito bom se sentir completa, não é? A sensação de que realmente nos bastamos. Nesse ponto, a gente amadureceu e aceitou que a vida muda rápido, desapegando da falsa ideia da permanência.


O fundo é azul claro, com uma coroa oval de louros verdes no centro da cena. A coroa é amarrada por fitas vermelhas em suas extremidades superior e inferior. Dentro da coroa, há uma mulher nua, com um tecido roxo envolvendo partes do seu corpo. Ela segura uma varinha curta em cada mão, ambas apontadas para lados opostos. A postura é fluida, com uma perna cruzada à frente da outra, formando um movimento circular. Ao redor da coroa, nos quatro cantos da carta, estão figuras simbólicas em nuvens. No canto superior esquerdo, há um anjo com asas. No canto superior direito, uma águia. No canto inferior esquerdo, um touro. No canto inferior direito, um leão.
O Mundo - Tarô Waite-Smith - Fundamentarô

A criança interior, nossa essência ingênua e atentada. Sabe aquela versão livre, curiosa e ousada que surge quando você pode ser espontânea? É o impulso de encarar a vida no peito, brincando com a sorte. Viver com leveza é o movimento que nos mantém firmes no dia a dia, especialmente nos difíceis.


O fundo é um céu amarelo claro. No centro, há um jovem em pé sobre uma montanha, próximo a um precipício. Ele veste uma túnica preta decorada com padrões de flores amarelas e folhas verdes. Na mão esquerda, ele segura uma rosa branca. Na mão direita, carrega um bastão preto com uma trouxa laranja amarrada na ponta. A trouxa possui pequenos detalhes decorativos. Ele usa uma coroa de folhas sobre a cabeça. A seus pés, um cachorro branco pequeno o acompanha, com as patas dianteiras levantadas e olhar voltado para ele. Ao fundo, aparecem montanhas cobertas de neve.
O Louco - Tarô de Waite-Smith - Fundamentarô

Os 22 Arcanos Maiores não só representam momentos decisivos, mas também mostram como cada fase está interconectada. Compreendendo o significado das cartas, percebemos o tarô como uma forma de espelhar a experiência humana em sua totalidade.


O que tarô pode revelar?


Uma tiragem de tarô pode revelar muito mais do que você espera, desde que as expectativas estejam alinhadas. Ela oferece a oportunidade de observar uma situação em detalhes, confirmando o que você já sabe e revelando novidades.


De forma geral, qualquer dúvida bem elaborada pode ser respondida. A questão é que naturalmente esperamos respostas objetivas como "sim ou não" ou que as cartas decidam por nós. Com o tarô, não funciona dessa forma.


As cartas conversam com você. Como se fosse uma amiga ajudando a organizar pensamentos, pesar prós e contras das situações ou mostrar o que te impede de alcançar um objetivo. São respostas que fazem pensar, entender melhor a vida e seu comportamento diante disso.


O tarô funciona mesmo?


O tarô funciona para o que ele se propõe. As cartas não decretam o futuro nem tomam decisões em nosso lugar, mas apoiam a auto-observação e nos direcionam. Elas mostram novos ângulos sobre o que se passa dentro e fora de nós, integrando as informações e direcionando comportamentos.


Como a terapia ou qualquer outra forma de acompanhamento, o tarô facilita o entendimento de processos internos e da realidade externa, mas seu impacto está diretamente ligado à dedicação de cada pessoa.


Usado de forma responsável, o tarô pode ser a amiga sensata que amplia a visão, quebra padrões e aconselha com imparcialidade, como aconteceu comigo.


Então, devolvo a pergunta: o tarô funciona para você?


Marina Jordão é taróloga, publicitária, pós-graduada em Marketing, gestora de conteúdo e idealizadora do Fundamentarô.

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